Sunday, November 29, 2009

- Mas e então!? Ao fim e ao cabo o que difere uma irmã de um comunista? Não é tudo uma vontade de comunidade?

- A hóstia meu caro amigo, a hóstia.

Thursday, November 26, 2009

A propósito do último Prós e Contras sobre o casamento homossexual lembrei-me de uma afirmação feita no primeiro programa que debateu esta questão, não me recordo muito bem por quem mas julgo ter vindo de um elemento da plateia. O debate incidia então sobre a adopção, sobre a capacidade de um casal gay educar um filho e o superior interesse da criança. Levantando-se indignado com o rumo do debate, alguém apresenta o argumento de que essa é afinal uma questão para ser decida por psicólogos e psiquiatras. Se estamos todos de acordo que é o bem-estar da criança a questão principal, será a ciência depois a determinar o que lhes convém ou não. Ninguém reage, ninguém o refuta. Eis aqui um exemplo elucidativo de como gradualmente esvai-se o mistério e ganha lugar o Homem objectivado, inteligível, cinzento e, nem uma palavra.

Toda uma bancada do sim erguendo as suas coloridas bandeiras arco-íris do movimento LGBT, anunciando o fim de uma visão monotónica da sociedade, anunciando novas cores, novos espectros, novas formas de vida. Enganam-se porém, do novo espectro emana uma só cor, a cor das próximas estações está já decidida, veio para ficar, e é o cinzento-ciência.

Tuesday, November 24, 2009





Norman Rockwell

Thursday, November 19, 2009

Diferentes, sabes, diferentes, as pessoas têm sensibilidades diferentes. Tu gostas de música, vens-te a ouvir Schubert (sim?! Talvez…), eu venho-me ao ver estes quadros.

Saído de mais uma visita à biennale de Veneza continuo a achar que os meus orgasmos são maiores. Schubert deve ser melhor amante.

Monday, November 9, 2009

Procuro a conversão numa biblioteca, na certeza porém, de que esta não se encontra entre estantes de madeira. Sei-a lá fora, entre as gentes. Interrompo a leitura e não evito a imagem de que concedo a mim próprio uma espécie de tortura, uma espécie de silício intelectual de quem procura a fé entre argumentos e discussões.
Decido sair. Chove. Sinto o coração frio mal chega a primeira brisa que atravessa a porta. Caminho para casa carregando uma voluntária coroa de espinhos, que não é contudo fruto de amor mas da sua impossibilidade.

Friday, November 6, 2009

Aquilo que mais me assusta no yes we can é o entusiasmo que provoca entre amigos que discursam triunfalmente em jantares e almoços. Mais do que esta onda colectiva, anónima, assusta-me a facilidade com que observo tamanhas demonstrações de santidade. De que fonte provém tanto amor? Com que audácia levantam-se taças anunciando amor ao mundo? Com que cegueira?