Nascemos, entretemo-nos (enquanto for possível), morremos. É esta é a condição humana e a verdade do ateu. Qualquer procura objectiva, científica do mundo, não pode retirar dele qualquer sentido e dirá somente isto: o mundo rege-se por leis alheias ao espírito do Homem, é independente da sua vontade e, agrave-se, este não tem sequer verdadeiro controle sobre a sua própria existência. Todo o projecto de vida é profunda incerteza, mas é sobretudo falta de fundamento. Perante o imenso vazio cósmico resultante da visão ateísta, sendo afinal o Homem uma pequena formiga insignificante num universo infinito e infinitamente gelado, resta ao ateu reconhecer a sua total nulidade e em coerência matar-se. Se nada somos, nada valemos. O ateu é por isso muito mais corajoso e inteligente do que o cristão que, coitado, é um fraco; cria a ideia de Deus para fugir com o rabo à seringa...
O problema é que o número de ateus hoje aumenta vertiginosamente e, embora a taxa de suícidios acompanhe esta evolução, o seu aumento não é proporcional. Como explicar tamanha incoerência? Fácil, os ateus que por aí andam não o são verdadeiramente, vão construindo os seus próprios Deuses. Alguns veneram o amor (o que não está nada mal visto...), outros o dinheiro, o futebol, o trabalho, a fama, a saída ao fim-de-semama, a bebedeira da sexta à noite; outros, como eu, a música. Todos vão fugindo à sua condição, não a suportam e criam algo para o qual acham que vale a pena viver. No final, porém, estaremos todos mortos, de nada terá valido as privações por que passámos, as injustiças que sofremos, mas isso também não é assim tão importante. Não existe “o final”, também morrer é uma daquelas coisas que só acontece aos outros... nomeadamente aos velhos... que, lá está, por cobardia convertem-se no final das suas vidas, não vá o diabo tecê-las...
O problema é que o número de ateus hoje aumenta vertiginosamente e, embora a taxa de suícidios acompanhe esta evolução, o seu aumento não é proporcional. Como explicar tamanha incoerência? Fácil, os ateus que por aí andam não o são verdadeiramente, vão construindo os seus próprios Deuses. Alguns veneram o amor (o que não está nada mal visto...), outros o dinheiro, o futebol, o trabalho, a fama, a saída ao fim-de-semama, a bebedeira da sexta à noite; outros, como eu, a música. Todos vão fugindo à sua condição, não a suportam e criam algo para o qual acham que vale a pena viver. No final, porém, estaremos todos mortos, de nada terá valido as privações por que passámos, as injustiças que sofremos, mas isso também não é assim tão importante. Não existe “o final”, também morrer é uma daquelas coisas que só acontece aos outros... nomeadamente aos velhos... que, lá está, por cobardia convertem-se no final das suas vidas, não vá o diabo tecê-las...